quarta-feira, 11 de novembro de 2009

FILMAR DENTRO DE MONUMENTOS

Há uma circular ou coisa que o valha, que enviava uma tabela de preços para cerimónias, filmagens e outras actividades no interior dos monumentos.

Eu fui apanhado nessa surpresa numa visita à Sé da Guarda em que fui informado que fotografias era as que quisesse mas que filmagens careciam de autorização e pagamento.
Como é meu hábito pedi o livro de reclamações.

Então eu, cidadão nacional, particular em visita a um monumento que pago todos os dias com os meus impostos não podia filmar dois minutos para «mais tarde recordar...?»
Patético!

Quer dizer, já me tinham feito uma parecida no Mosteiro dos Jerónimos: «pode filmar e fotografar mas não pode usar tripé...» (é de loucos!)

É preciso muito cuidado com estas pequenas "quintas" onde os "caseiros" são "mais papistas que o Papa".
Mesmo com um telefonema para uma dirigente do serviço local da cultura na Guarda, deu o mesmo resultado.

Depois da reclamação veio a desculpa... "que a circular tinha sido mal interpretada..."
Tarde de mais, pois já não ia fazer outros 600 kilómetros para ir filmar os tais 2 minutos.

Fui eu que uma vez mais fui castigado por este Estado burocrático, acéfalo e patético... e as desculpas, por mais bem intencionadas que sejam, de nada servem para o que perdi!

Mas, como extremo, neste País mata-se e depois pede-se desculpa ao morto!


Depois da desculpa eis o que enviei:

Ex.mo Senhor

Director Regional do Centro

Ministério da Cultura

Donde eu vivo, em Rio de Mouro, até à Guarda são 300 quilómetros.

Foi necessário este cidadão ser violentado nos seus direitos – mais uma vez – pelo Estado a quem paga, todos os dias, elevados impostos e reclamar, para que os serviços públicos determinassem alterações nos procedimentos errados e até algo primitivos.

E nem tão pouco teve a dignidade de apresentar desculpas.

Diz que “lamenta “.

Meu Deus, como eu tenho ouvido e lido esta expressão tantas centenas de vezes, nos últimos anos, quando me causam prejuízos. Lamentam mas não pedem desculpa.

Eu também lamento.

Mas lamento ter serviços públicos, pagos por mim e cujo objectivo parece ser o de aplicar com toda a violência a “Lei de Murphy”: Prejudicar, da maneira mais grave, os cidadãos que deveriam ser tratados como príncipes! Lamento mas não peço desculpa!

Não conheço o Despacho da Secretaria de Estado da Cultura… mas também deve ser do mesmo jaez: aplicar, com mão pesada aquelas sanções, penalidade e taxas que redundarão em maiores prejuízos para o modesto cidadão português.

As minhas imagens, as minhas recordações, num pequeno vídeo de 2 ou 3 minutos, ficaram a 600 quilómetros de distância porque a formação, nos gabinetes da cultura, é matéria que não existe!

Até poderia ter sido o modesto e pouco(?) alfabetizado funcionário/guarda do monumento quem fosse “mais papista que o Papa” , mas não; foi uma Senhora Doutora qualquer que, no quentinho do seu magnífico gabinete me confirmou e decretou, pelo telefone, que eu(zinho) não podia filmar no interior do Templo escudando-se numa circular de que, provavelmente apenas ouviu falar por algum auxiliar da limpeza no serviço.

Lamenta e lamenta muito bem Senhor Director Regional… mas lamente ter funcionários assim.

Eu fico com o prejuízo e deduzirei aos impostos a incompetência demonstrada pelos seus funcionários – dos quais jamais irá assumir a responsabilidade política -.

Mas, como estamos em maré de grandes mudanças, quem sabe …

E lamento, finalmente, os constrangimentos eventualmente causados por este meu email…

Também eu apresento os meus cumprimentos. Os melhores guardo para aqueles que me pedem desculpa por me terem prejudicado.




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