sábado, 2 de julho de 2011

O Diabo vive nas Furnas do Guincho


Tinha apontado para o Restaurante Miradouro da Baleia na Praia do Sul na Ericeira mas, o facto de terem deixado de fazer o delicioso “Pitéu do Pescador” que já referi noutro apontamento, fez rumar o grupo de sete a outras paragens.

Pelos preços proibitivos, não sou frequentador assíduo do restaurante Furnas do Guincho. Fui lá ontem pela 4.ª vez.
Não, não é um fast-food o que provavelmente justificará a mais de uma hora que nós (e outras mesas ao redor) levaram para verem a comidinha sobre a mesa.
É que se vai a um restaurante para comer... não para ficar à espera, com uma fome atroz, apenas mitigada por uns pedacitos de pão acompanhados por caixinhas de manteiga Mimosa e azeitonas de duvidosa elasticidade. Um restaurante que se arroga o direito de cobrar 20 a 30euros por um prato, não deveria ter a leviandade de apresentar manteiga em pacotinhos de supermercado! Para uma sexta-feira ao almoço, ter aquele belo e amplo espaço a abarrotar de clientes poderia evidenciar melhor qualificação. Mas também reconheço que eu talvez seja exigente demais mas isso explicarei noutra altura.
Voltemos à mesa.
Quando finalmente chegou a comidinha, estávamos mais que prontos para dar conta dela.
Na generalidade o arroz branco, com ar deslavado, era a marca dominante dos diversos pratos. As minhas amigas pareceram bem satisfeitas com as suas escolhas.
Para mim, o chateaubriand que lá comi na primeira vez é que me tem lá levado nas subsequentes. Sempre na expectativa de um dia voltar a ser brindado com o “assar” do lombo à minha frente.
Infelizmente nunca mais voltei a ter semelhante “presente”.
A carne, desta vez vinha assada no ponto, mas já não é tão tenra como a que eu estava habituado.

Aqui o talho do Senhor Abílio, costuma vender-me uns bifes do lombo que são autêntica manteiga a derreter-se na boca. Talvez por isso esteja mal habituado e note a diferença.

As batatas fritas, que acompanhavam as fatias finas em que a peça de lombo foi desfeita ali ao lado, eram um poço de embebimento em óleo, por terem saltado do pacote congelado, para a fritadeira e desta urgentemente para o simpático prato em forma de cone. Pena é que, as batatas, não tivessem quase que sentido o calor do óleo a tostar-lhes os cantos e que se acumulou no fundo do dito recipiente.
O resto estava de acordo com o que seria de esperar de um restaurante de mais de 20 euros o prato. O vinho da casa era bem simpático.
O café, tomado no aprazível espaço «spa» no exterior e o sol que começou a despontar, fez prolongar a conversa para além das 18 horas.
Na média esteve bem este restaurante, apesar de, casa tão antiga, poder fazer bem melhor.
Talvez lá volte.